![]() |
foto de http://elo7.me/TTgfyH |
Tenho saudades:
Pudim de leite condensado que a Tia Inha fazia,
clarinho bem macio, a perfeita calda de caramelo,
entrando pelos furinhos do pudim, delicioso!
clarinho bem macio, a perfeita calda de caramelo,
entrando pelos furinhos do pudim, delicioso!
Não existe nada igual.
Saudades...
Da enorme bagunça na varanda da nossa casa em Ferraz.
O pai ralando milho, a mãe coando milho para fazer curau.
No fogão, um cadeirão com água fervendo para cozinhar as pamonhas.
Da enorme bagunça na varanda da nossa casa em Ferraz.
O pai ralando milho, a mãe coando milho para fazer curau.
No fogão, um cadeirão com água fervendo para cozinhar as pamonhas.
Nós os menores abrindo a
palha com cuidado para não rasgar,
transformando nossa tarefa em brincadeira.
transformando nossa tarefa em brincadeira.
Ao término, sair com os braços coçando de tanto rolar na
palha.
Era um exagero, tudo era grande, panelas bacias, a colher de pau.
Depois de tudo pronto a vizinhança e nossos familiares,
ganhavam uma boa porção de curau e pamonha.
Depois de tudo pronto a vizinhança e nossos familiares,
ganhavam uma boa porção de curau e pamonha.
Até hoje sou doidinha numa pamonha bem rustica cozida a
palha.
Saudades...
Sair no quintal jogar milho para as galinhas, catar os ovos de cascas escuras e gema de amarelo bem forte. Olhar cada cantinho, atenta pra a qualquer momento ter que fugir de um galo garnisé bipolar, morador do nosso quintal, pequenino e invocado se achava o rei da cocada preta.
Sair no quintal jogar milho para as galinhas, catar os ovos de cascas escuras e gema de amarelo bem forte. Olhar cada cantinho, atenta pra a qualquer momento ter que fugir de um galo garnisé bipolar, morador do nosso quintal, pequenino e invocado se achava o rei da cocada preta.
Entrar no cercado das galinhas, mesmo tomando todo cuidado, acabar com o calcanhar borrado de titica, lavar os pés no tanque de lavar roupas.
Uma aventura.
Uma aventura.
Em Ferraz nossa casa era pequena, com um quintal enorme.
O pai sempre “inventava”, uma ocupação para suas horas de folga.
Nos fundos do quintal um cômodo que chamávamos de quartinho.
A edícula abrigou parentes em momentos de dificuldade.
Foi quarto de despejo, onde se guardava de tudo;
ferramentas, moveis velhos, botijão de gás, latas de tinta, madeira, etc.
Um verdadeiro quarto de bagunças.
O pai sempre “inventava”, uma ocupação para suas horas de folga.
Nos fundos do quintal um cômodo que chamávamos de quartinho.
A edícula abrigou parentes em momentos de dificuldade.
Foi quarto de despejo, onde se guardava de tudo;
ferramentas, moveis velhos, botijão de gás, latas de tinta, madeira, etc.
Um verdadeiro quarto de bagunças.
Meu pai o transformou numa chocadeira gigante.
Um balcão de madeira foi adaptado, lugar para os ovos, muitas
lâmpadas.
Não sei como ele conseguiu a temperatura ideal.
Aproximados vinte dias depois, uma enorme quantidade de
pintinhos amarelos e rebolantes, apareceram
das cascas dos ovos.
Pra tanto pinto providenciar um galinheiro novo, o cercado ficou pequeno.
Os pintinhos eram tratados com farelo bem miudinho,
dezenas de boluchinhas amarelas, pipocando no cercadinho de tela fina.
Ao se transformarem em frangos, iam para o galinheiro,
e atingindo peso e idade ideal, iam pra panela.
Pra tanto pinto providenciar um galinheiro novo, o cercado ficou pequeno.
Os pintinhos eram tratados com farelo bem miudinho,
dezenas de boluchinhas amarelas, pipocando no cercadinho de tela fina.
Ao se transformarem em frangos, iam para o galinheiro,
e atingindo peso e idade ideal, iam pra panela.
Nunca comemos tanta carne de frango como
naqueles tempos.
Tempo lembra temporal, dezenas de franguinhos no
galinheiro.
Desaba um temporal daqueles de fim do mundo.
Corre - corre no quintal, a mãe com bacia, mil toalhas velhas, socorrendo e secando os franguinhos ensopados de água de chuva, barro e titica.
Com ajuda de nossa vizinha Dna. Maria, enxugavam os bichos e os botava no quartinho, com todas as luzes da chocadeira acesas, o velho quartinho ficou quentinho, ali os franguinhos foram salvos da morte prematura.
O mais bizarro era minha mãe enrolando os menores em panos velhos, arrumando os numa bacia e colocando no forno levemente aquecido, os bichinhos tremiam de dar pena. Pior era o cheiro de frango molhado, eca!
Muitos foram salvos, cresceram engordaram e... foram parar na panela.
Desaba um temporal daqueles de fim do mundo.
Corre - corre no quintal, a mãe com bacia, mil toalhas velhas, socorrendo e secando os franguinhos ensopados de água de chuva, barro e titica.
Com ajuda de nossa vizinha Dna. Maria, enxugavam os bichos e os botava no quartinho, com todas as luzes da chocadeira acesas, o velho quartinho ficou quentinho, ali os franguinhos foram salvos da morte prematura.
O mais bizarro era minha mãe enrolando os menores em panos velhos, arrumando os numa bacia e colocando no forno levemente aquecido, os bichinhos tremiam de dar pena. Pior era o cheiro de frango molhado, eca!
Muitos foram salvos, cresceram engordaram e... foram parar na panela.
Melhor sorte tiveram as meninas, sobreviveram por mais tempo,
comeram muito milho e puseram muitos ovos, ciscaram muito quintal.
Até que um dia pai e mãe decidiram acabar com o galinheiro,
as senhoras galinhas foram pra panela de pressão.
comeram muito milho e puseram muitos ovos, ciscaram muito quintal.
Até que um dia pai e mãe decidiram acabar com o galinheiro,
as senhoras galinhas foram pra panela de pressão.
Se alguém achar que nada disso aconteceu, tenho
testemunhas a meu favor, cada detalhe é verdadeiro, aquela noite foi uma
verdadeira maratona, poucos frangos morreram. Ao lembrar a luta para salvar os
frangos, acho muito engraçado, penso nos meus pais, mesmo sabendo que mais
tardem os frangos seriam mortos, pendurados no varal para escorrer o sangue.
E depois iriam para a panela.
Não deixaram que os bichos morressem daquela maneira trágica,
Tremendo de frio encharcados de lama e titica.
Acabou a historia, iniciada com pudim de leite condessado,
e finalizada com titica de galinha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário