30 de set. de 2011

MULHERES QUE PASSARAM PELA MINHA VIDA

Dia da Secretária, Lembrei todas as secretárias do lar, que  passaram pela minha vida.
         
Dona Conceição, mulher magra alta, apesar da idade, era uma mulher linda, parecia aquelas atrizes do cinema mudo. Quando a mãe precisava, ela ficava com a gente, (gente aqui é = eu e minhas duas irmãs). A casa dela era gostosa, com um pequeno quintal onde tinha de tudo; pé de café, horta, balanço pra gente brincar. Tinha também o Seu João, espanhol. Nos ensinou que sopa a gente toma acompanhado de um pãozinho. Era bom ficar naquela casa com aquele casal tão amado, e ser sempre tão bem cuidado.
Dona Ana (falávamos DONANA), mulher grande de traços fortes, pele clarinha sempre rosada, solteira sem filhos, tinha um irmão caçula, Rafael a quem ela amava e cuidava como fosse seu filho. Donana transferia para nós toda sua capacidade de amar. Foi ela quem nos levou, (eu e minhas irmãs), ao circo pela primeira, e muitas outras vezes, cirquinhos mambembe, era o máximo! Adorávamos suas histórias de assombração, morríamos de medo, mas era uma delicia!  

             Vó Joana, mulher miúda, bem negra, usava roupas brancas impecavelmente limpas, fosse verão ou inverno, não dispensava  as meias brancas. Até hoje penso: será que ela parecia mais negra por só usar  roupas brancas. Ou as roupas pareciam mais brancas por ela ser negra. Ela era linda! Apesar do avançado da idade, tinha a pele lisa não se via uma ruga. Os cabelos, não sei que cor eram, um lenço  os cobria sem mostrar um fiozinho que fosse. Quando ela veio pra nossa casa, já éramos grandinhas, e ela bem velhinha, não aguentava muito o tranco do serviço doméstico. Mas como boa mineira cozinhava que era uma coisa. Minha mãe ficava doida, a vó Joana nos mimava demais. Era bom demais.
             Tia Inha, uns tempos nossa Tia, irmã da minha mãe, ficava em casa e “cuidava” da gente, Ela 10 anos mais velha que eu, quando ”cuidava”  de nós era uma mocinha de 16 ou 17 anos.  Era o paraíso; buscava a gente no colégio e comprava um montão de sorvetes, fazia brigadeiro e a gente se acabava. Pudim de leite moça, hummmmmm. Sem contar que era (e ainda é) o carinho em forma de pessoa.
            Dona Maria Gomes, nos ajudava quando já éramos “mocinhas”, nessa época eu trabalhava e estudava, e a Dona Maria muito nos ajudava, principalmente na faxina pesada. Era jovem, mãe de quatro filhos, um sorriso tão bonito, era impossível não admirar, aquela jovem mãe, vivendo com tanta dificuldade, tão trabalhadeira, tão alegre. Depois que eu e o Cley nos casamos, ela ia no nosso AP, a dava a maior força na faxina e ainda fazia um frango no forno com maionese e parmesão ralado, que muitas vezes tentei fazer. Nunca ficou igual.
Muitas mulheres passaram pela minha vida; na casa dos meus pais e depois na minha casa. Tantas especiais, ainda hoje me emociono ao lembrar, ficaram por um tempo, participaram das nossas vidas e depois foram embora....
 Um recado para Sueli (shueli), hoje não falei de voce, quando tiver passado pela minha vida, conto uma historinha..
(A Shueli cuida da minha casa, queria todos os dias, só da pra $ pagar uma vez por semana,)

23 de set. de 2011

ORATORIO



Na minha infância, meus pais eram evangélicos (uma doutrina muito rígida), até para a década de 60. Era proibido, cortar os cabelos, usar maquiagem, ter imagens de santos, beber, fumar, sexo antes do casamento e por aí vai uma lista enorme.                                            Muito me incomodava, ver as mulheres com seus cabelos enormes, (chegavam até a bunda),  pernas cabeludas cobertas por saias enormes, e o pedaço que se via de perna, era coberto  pela penugem amassada pela meia fina de nylon, (uma visão do inferno). Por sorte minha mãe dava um jeitinho, para que o nossos cabelos não passassem da altura dos ombros, também aprendemos usar “Gilette”, muitas  vezes resultava em alguns cortinhos.
Passando da infância para a adolescência, (anos 70), Aí era dureza...  Todas as meninas do colégio usavam saias (azul marinho pregueada) três dedos acima dos joelhos, eu e minhas irmãs (as de sangue e as da igreja) usávamos nossas saias quatro dedos “abaixo dos joelhos”. Tínhamos uma técnica especial, assim que saíamos do alcance dos olhos de nosso pai (pai aqui da terra), enrolávamos duas ou três vezes o coz (cintura) da saia e como num milagre de Deus, as saias encurtavam, a técnica era boa, mas tínhamos que ficar atentas, para  parte da cintura não desenrolar e a saia ficar  torta.  
 Todo esse papo, para falar do assunto religião. Eu detestava ser evangélica, aquela doutrina rígida, conflitava muito com minha alma livre. Lembro que nosso colégio era vizinho da igreja católica da cidade, em dias de provas e exames todos iam a igreja rezar. Eu também ia, não sabia rezar o Pai Nosso nem a ave – Maria, era meio estranho tantas imagens, que para mim pareciam gigantescas. Mas eu me sentia bem, era bem mais católica que evangélica.
 Com o Cley, conheci outra igreja, aos 23 anos me tornei Lutherana, igreja evangélica, (por ser a primeira a se separar da Igreja católica), tinha um grande diferencial das igrejas evangélicas que eu conhecia. E algumas semelhanças com a Católica (que tanto me encantava). 
Nada mais era proibido, podia tomar minha cervejinha, ir ao cinema, ter TV em casa, usar mini saia, dançar. Enfim, tudo que faz bem e nos deixa feliz.    
Nos períodos de grande tristeza, ao enfrentar problemas (momentos pelos quais todos nós passamos, mais dia menos dia). A oração apenas não me bastava, era muito Pai Nosso muita Ave Maria, e ainda faltava algo; acendia  vela,  levava comigo um tercinho.
Me sentia “culpada”, parecia que meu pai o Sr. Joaquim me olhava e censurava, e todos os Lutheranos do mundo também. Conversando com minha cunhada – irmã (ela é catequista, esposa e mãe de Pastor), Ela disse: muitas vezes, principalmente em momentos de grande sofrimento, sentimos que só a nossa Fé não é o bastante, precisamos de algo   paupável, Isso tranqüilizou meu coração Lutherano  (com um pedacinho católico).
A algum tempo tenho em  casa, junto a foto do Cley (lutherano e foi coroinha quando criança)meu  “tercinho”,  tão delicado e discreto com aquele pequenino crucifixo pendurado.
Ontem coloquei um oratório, (sem culpa nenhuma),
é a parte da minha Fé que posso ver.  
Um lugar para todas as manhãs  pedir
a "Deus que me acompanhe, e me cuide"
O oratório da foto foi pintado pela Karen Lee,
uma jovem artesã, que a meu pedido,
o fez como os do norte e nordeste, em cores fortes e vibrantes.

7 de set. de 2011

Dr. SOCRATES "MAGRAO"

                                               
O Dr. Sócrates esta doente.
Tathi comenta ficar mais triste, o “Dr”. faz lembrar o Cley,  a semelhança não é tão grande,  mas o tipo físico, altura, cabelos e barba, realmente lembra muito o Cley.

Quando já se passou por intermináveis idas e vindas,a tantos hospitais. quando se lutou durante anos contra uma doença. A lembrança dos dias de grandes esperanças, dias de medo e grandes frustrações é uma constante.
Passar por tudo isso, nos faz mais sensíveis a essas notícias.
Impossível não ficar com meu coração apertado. O Dr. Está doente, novamente hospitalizado.   

Craque da bola, jogador elegante, Cidadão articulado e politizado, realmente um cara bom de bola, bom mesmo! Suas jogadas elegantes, marcava gol de cabeça, de falta, e a elegante jogada de calcanhar. A sua maneira de comemorar um gol frustrava qualquer torcedor apaixonado, comedido, levantava o braço bem acima da cabeça, (nem um salto, nem uma corridinha, nem uma dança) enfim, assim era Sócrates no campo.  
Grande defeito JOGOU MUITO NO CORINTHIANS.
Ainda bem que seu maravilhoso Irmão Raí (a quem ele se refere como o pivete), também jogou MUIIIIIIIIIITO. . . .no  SÃO PAULO).
O “Magrão” jogou no (não vou citar de novo aquele time alvo e negro), e finalmente Flamengo e Santos, onde encerrou a carreira.  
O Dr. Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, cidadão brasileiro da maior qualidade, ativista constante nas campanhas pelas “DIRETAS JÁ”. / Um dos idealizadores da Democracia Corinthiana.
Quem não o viu jogar, procure por VTs, vale a pena ver.
Vejo algumas semelhanças entre Cley e Socrates,
O Cley também jogava muiiito  (futsal), era magrão, politizado, cabeludo, barbudo, narigudo, comedido nos seus gestos e muito  elegante. 
Também chegadinho num
Mé = cachacinha, cervejinha, gorozinho, etc.
Para o “doutor” Magrão, Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, o  meu coração apertadinho.  Saúde Dr.
Informações pessoais
Nome completo
Sócrates Brasileiro Sampaio
de Souza Vieira de Oliveira
Data de nasc.
19 de fevereiro de 1954 (57 anos)
Local de nasc.
Altura
1,91 m 85 Kg
Apelido
Calcanhar de Ouro
Doutor Sócrates
Magrão
Informações profissionais
Posição
Clubes profissionais
Anos
Clubes
Jogos (golos)
 ?? (101)
297 (172)
25 (6)
25 (6)
23 (7)
0 (0)
1 (0)
Seleção nacional

Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira (Belém, 19 de fevereiro de 1954), o Doutor Sócrates, Doutor, Magrão, mais conhecido como Sócrates, foi um dos melhores jogadores de futebol do Brasil e um dos maiores ídolos do Corinthians ao lado de Luisinho, Cláudio, Roberto Rivellino, Neto, Marcelinho Carioca dentre outros. É irmão de Raí, outro famoso futebolista. Hoje exerce a medicina, além de ser articulista da revista CartaCapital e comentarista do programa Cartão Verde da TV Cultura.