27 de dez. de 2011

FANTASMAS DE NATAL


Natal ótimo, família reunida. Mesa farta, muiiiitos presentes.
Ceia e almoço juntos, muitos abraços, beijos e muita risada.
No Natal fico meio criança, esperando acontecer algo muito especial,
talvez no meu imaginário mais escondido entre as lembranças da infância,
ainda acredite que verei pela janela, Papai Noel rasgando o céu no seu trenó.
E depois acaba a festa, fica um vazio, uma sensação de que falta alguma coisa.

Nesse Natal aconteceu algo muito especial, Edinho e Tathi, presentearam-nos,
com copias em DVD, de nossos Natais Passados, a idéia e o resultado foram incríveis.
Cada um dos primos e tios ganhou um DVD de Natal e Ano Novo (de 1993 até 1997).
(tios e primos do Sul não chorem, aguardem, o correio entregará).
Eram cinco DVDs, eu e os Tios IG e Kel, ganhamos a coleção completa.
Eu por ser a mamãe, tio Ig por ser o dono das fitas cassete, que viraram DVD.
Foi difícil tirar a turma da sala de TV, para o amigo secreto, grudados na TV.
Deixei para ver os meus depois, sabia que ia dar em muito chororô.
Segunda-feira  depois do Natal, acomodada no meu sofá... vi todos.

Todo mundo já viu um filme com enredo igual Os fantasmas de Scrooge,
Alguem é levado por fantasmas aos Natais passados e futuro.
Assim eu me senti, visitei meus Natais passados.
Algo mágico, rever a Tathi e meus queridos sobrinhos ainda crianças.
Ouvir suas vozes em algazarra foi o máximo dos máximos.
Rever minha Vó Zefa, que se foi faz tanto tempo.
Tio Peracio e Tia Araceli, nossos tios postiços tão queridos.
Ciro e Cley , a tão pouco tempo nos deixaram, ficamos meio órfãos.
Ouvi-los, vê-los mais jovens e saudáveis (menos a Vó Zefa, ela nasceu velha)
Amigos que passaram por nossas vidas, de alguns deles, só a lembrança.
Ver em pouco tempo, a vida passar cinco anos, ali na sua frente.
Os filhos e sobrinhos passando da infância pra adolescência.
Ouvir a voz do Cley do Ciro, emoção demais, saudade demais.
Natais de mesa farta, muitos presentes, muito amor.

No Ano Novo mais festa, começa e acaba com muita dança.
Todo mundo dançando Macarena, dança da garrafa, Mamonas.
Tudo que era hit, de boa ou má qualidade, todo mundo dançando.
A Lívia pequenina dançado uma “musica” do Tcham.
Valtinho, Felipe e Gabriel arrasando num tipo de dança de rua
Marcos, Tathi e Kelzinha, com belas coreografias.
Eric e Jô,  não dançavam, mas sempre aprontando alguma.
Eu e o Cley dançando muiiito, o que tocava a gente encarava.
Samba, valsa, bolero, lambada, e o que mais viesse.
Numa das fitas, todo mundo em pares, dançando a polonésia,
Comum nas festas no Rio Grande do Sul, (parecido com a nossa quadrilha)

Polonésia:- dança originária da Polônia, quando pertencia a Alemanha, trazida para
o Sul do Brasil, pelos imigrantes alemães, muito comum na região Sul do brasil.
verbete fornecido pela consultora para assuntos gauchísticos Prof. Cleise Maria dos Santos Fries. rsrsrsr

Tantos risos e brincadeiras; Lipe contrariando a todos, soltando fogos de artifício.
Uns dançando, outros curtindo, batucando, bebendo. (uns lavando louças).
Foram tempos maravilhosos, todos nós morando bem pertinho uns dos outros.
Compartilhando nossas vidas, muitas alegrias. (tristeza a gente esquece) 

No filmes o personagem volta no tempo, pra acertar todo o mal que cometeu.
Eu terminei de ver meus Natais Passados, agradecida pela vida vivida.
Viveria tudo de novo, tudo igual, foram tempos maravilhosos.
Espero que os Futuros Natais, sejam tão bons como os que passaram.
E que viver seja sempre motivo de alegria, a família nossa maior referencia 

quem fô da família, e não foi citado, não fique triste.
É gente demais pra caber aki.
Cabe justinho e certinho no meu coração.  : )
   

20 de dez. de 2011

NATAL DE PORTAS ABERTAS


  Morávamos no pequeno e antigo predio de dois andares,
  na Rua XV de novembro.
  Ali eu e Cley e Tathi,  vivemos por trinta e tantos anos

  Andreas, Roseli e Melanie, 
  ainda moram do mesmo endereço (hoje + a Alexia).
  Roberto, Cléo e filhos (perdemos contato).
  Naquele ano dois apartamentos vagos no prédio.
  (moravam apenas 3 famílias)


Cley e eu, como sempre recebemos toda a família,
para ceia de Natal, café de manha de Natal,
almoço de Natal e lanche da tarde de Natal.
Agora, eu sem o Cley, mantenho a tradição com alegria.
Para receber família e amigos, e celebrar.

Andreas e Rô haviam se mudado para um apartamento maior no segundo andar.
Receberam também toda sua (numeroooooosa) família para o Natal.
Não tínhamos mais crianças, nossos sobrinhos e filhos, eram jovens e adultos.

Nossos “vizinhos”, assim nos chamamos até hoje, tentaram "brecar", as crianças.
Não deu certo, foi um sobe e desce escadas, apertar campainha, abrir e fechar porta.
Cansados do abre e fecha, resolvemos deixar a porta aberta.
Assim fizeram também nossos amigos dos dois aptos. do segundo andar.

As crianças adoraram poder entrar e sair. Encantados com meus enfeites de Natal (muitos), papai Noel, botinhas, guirlanda, bolas de vidro (com neve) etc. e tal  e um pouco mais. Nós, felizes com o corre- corre das crianças.
A muito tempo, não tínhamos crianças na casa.
Natal sem criança, é como “macarrão sem queijo e amor sem beijo”. (essa foi forte)

Não lembro os presentes dados ou recebidos.     
Recordo a alegria, de gente partilhando um dia muito especial, crianças indo e vindo,
beliscando doces e frutas, arrastando alguem para ver a arvore de Natal, encantados com tantos enfeites, na casa da tia Nice. (alguem disse, parece até uma loja).
Cada criança que descia, era ciceroneada por outra, num passeio exploratório pela casa.
Em pouco tempo o movimento nas escadas,  não era só de crianças.
Nós os adultos, perdemos a timidez e nos misturamos, partilhamos as mesas fartas.
Numa alegria quase infantil, muitos abraços apertados e votos de Feliz Natal.
Aquele foi um Natal de portas e corações abertos.
Hoje uma lembrança deliciosamente feliz.

Hoje temos crianças em casa, nossos sobrinhos, Lorena, Breno e Rafaela.
Não há tristeza nem dor que supere, a alegria de ter crianças na nossa casa.

13 de dez. de 2011

NATAL C/ OS AVÓS GERMANO e IDA FORKEL


















Ganhei" meus avós Germano e Ida, quando me casei.
Ele, homem alto de traços fortes; ela miúda e delicada.
Natal na casa dos avós "Forkel", era muito especial.

A enorme árvore de Natal, alcançando o teto.
Enfeites representando algo conseguido naquele ano.
Liquidificador, geladeira, TV, telefone, casa e tantas coisas mais.
Todos em vidro colorido e brilhante, bolas, muitas bolas coloridas,
cordões prateados, algodão desfiado bem fininho imitando a neve,
(como era o Natal na terra natal do Vô Germano).
Pequenas velas presas por uma espécie de pregador,
eram acesas pouco antes da meia noite.
(com muito cuidado, para não incendiar a árvore).

Vô Germano (nascido Hermann), distribuindo balas.
Vó Ida no fogão preparando sua famosa carne de panela.
(A carne ficava pretinha, sem um gostinho que fosse de queimado,
nenhuma de nós; filhas e netas, conseguiu fazer igual)
A mesa farta de um aroma indescritível, um colorido sem igual;
canções de Natal, cantadas por todos nós.
 (os mais jovens cantavam p/ agradar a avó)
a voz fininha e aguda da Vó Ida, alcançando notas altíssimas,causava muitos risos.
O corre - corre das crianças. os presentes escondidos até chegar meia noite.
Se uma criança entrava, no quarto onde se escondia os presentes,
uma varinha comprida, tocada nas pernas,
(era o Papai Noel, tomando conta dos presentes).
Meia noite! as crianças eram levadas para um dos cômodos,
adultos colocavam todos os presentes embaixo da árvore.
 (de onde estavam as crianças ouviam os sinos do Papai Noel).
Meia noite ! todos iam para a sala, uma quantidade enorme de presentes!.
Presentes simples, mas todo mundo ganhava muitos pacotes.

Numa Noite de Natal,
O Cley recebeu um pacote pequenino de forma retangular.
Ao abrir encontrou um maço de cigarros, desbocado como ele só,
 "que porra é essa???" seria uma brincadeira.
Antes de entender o tal pacotinho, nosso primo João-alemão explicou:
A vó Ida queria dar um presente para cada neto (adulto),
pesquisou a marca de cigarro cada um fumava.
Delicadamente presenteou, João, Mano, Cleycir, Ida.
(todos adultos e fumantes), com um maço de cigarros.

Ela não era a favor do tabagismo, muito pelo contrário.
Mas presenteou seus netos com algo que tinha certeza, iriam gostar.
O que de inicio foi estranho, "acabou emocionante".
Cada um agradeceu o presente dizendo
"Que legal vó Ida, não podia ser melhor, é a marca que eu gosto"
Aquele rostinho miúdo e os olhos de um azul claríssimo.
Sorria feliz a cada abraço, orgulhosa pelo agrado feito aos netos.

Pode parecer uma história boba.
Naquela noite de Natal, aqueles jovens se emocionaram
com aquele delicado e inusitado presentinho.

Meu querido Vô Germando Forkel, veio da Alemanha.
Aqui encontrou nossa querida Vó Ida.
Seus descendentes:
Forkel, Santos, Mancine, D`Avila, Ferreira (+ os filhos e os netos).
Minha lembrança de Natais muito especiais.
Agradeço terem passado para o meu DNA (por osmose)
A alegria pela comemoração do Natal.
Acima e alem de algumas tristezas da vida.

7 de dez. de 2011

Presépio do Seu ANTONIO


















Da Janela da minha sala (no trabalho),
Vejo um pequeno arbusto enfeitado.
Não é um pinheirinho, apenas um arbustinho tímido,
adornado com luzes e algumas bolas coloridas.
Vendo a simplicidade da pequena arvore de natal,
recordo a infância em Ferraz, o nosso quintal...
Não tínhamos árvore de Natal, por conta da religião de meu pai.
Presépio, nem pensar.

Lembro o Sr. Antonio Baiano, nosso vizinho.
(minha mãe e minha irmã dizem, era Vicente).
Todos os anos ele montava árvore e o presépio
As crianças da nossa rua, sempre ansiosas,
para ver o presépio e a arvore de natal.
Homem discreto, criava com dificuldade, seus cinco filhos.
Os dois menores, Paulo (o Paúl) e Pedro (o Tico),
Nossos amigos e companheiros nas brincadeiras de rua.

Paul ou Tico avisava quando estava pronto.
Íamos, eu e minhas irmãs Lea e Kel.
A nossa mãe recomendava: voltem logo.
Atravessar a pequena rua, para chegar a casa.
O presépio enorme, tomava quase todo o cômodo.
A pouca iluminação da casa, tornava mais lindas as luzinhas da árvore.
O piso da casa, se bem me lembro, era de terra e tijolos.
A pequena casa tinha um cheiro diferente.
Como se estivéssemos na rua, cheiro de liberdade.

Eu me encantava a cada detalhe, cada figura.
Jesus e Maria, o menino Deus, três reis magos.
Anjos, pastores e aquela bicharada toda.
Um laguinho com fundo de espelho,
a grama de serragem colorida de verde.
Pedrinhas marcando o caminho dos três reis.
Era lindo!
Hoje através da minha memória,
Vejo muitas das peças gastas e lascadas.
Ainda assim o encantamento continua.

De volta a nossa casa, íamos para nosso quintal.
Era hora de enfeitar um arbusto ou galho.
Papel colorido, flores, fitas, papel laminado,
cordão feito de frutinhas silvestre, (valia tudo).
O mais bonito era papel do sonho de valsa.
Era tempo de brincar de arvore de natal!

Passados tantos anos (nem tanto, apenas 50 anos),
Ainda guardo na retina aquele presépio, aquela arvore de natal.
Lembro o Sr. Antonio Baiano nos recebendo timidamente.
seus filhos, Enoque, Sanja, Maria, Paul e Tico, (os baianinhos) 

Nunca mais os vi..
Saudades...
Penso, será que eles lembram de nós? 

24 de nov. de 2011

SOU BREGA ?????

 EU  ADORO :)









PINGUIM
DE GELADEIRA






ELEFANTINHO 
(bum bum pra virado pra porta)






         IMÃ
NA GELADEIRA







FLORES DE FUXICO 
       de tecido




BONECAS
JAPONESAS



GALINHA
      DE
CERÂMICA






POTE DE VIDRO
COM FRUTAS
(de mentirinha)


ABÓBORA
halloween
(c/chocolates)




LUMINARIA
igual aquelas
do bilhar.







ADESIVOS
NA PAREDE











Adoro um penduricalho.
Um cantinho, não resisto, penduro alguma coisa.
Mensageiro do vento, móbiles de origami, pimenta vermelha, etc. 
Vasinhos coloridos de metal, com plantinhas na janela.
Tapetinho do box do banheiro estampado de peixinhos.
Uso pantufinhas cor de rosa com miçangas (bem gay).
e tambem amo de paixão meu crocs
 
Se alguém vem pela primeira vez no meu AP. 
sempre o mesmo comentário :-
"é a sua cara”, seria um elogio ?
ou estariam dizendo, nas entrelinhas, "Você é muito brega!"
Difícil responder. .. Como é minha cara?
Assumo, sou um pouquinho brega, (só um tiquinho).

Mas que fique bem claro o grau da minha breguice:

ODEIO :- flores de plástico, (todas as flores artificiais) 
enfeites feitos de garrafas Pet, passadeiras de plástico.
capas (liquidificador, bujão de gás,etc.)
toalhas (mesa) de plástico, usar copos de requeijão,
folhinhas / calendário na parede ( cruzes! nem atrás da porta)
objetos de decoração com emblema de times futebol
panos de prato bordadinho cada dia da semana
roupa de oncinha (ou qualquer outro bicho)

Se você se sentir brega, e ficar na mesma dúvida.
Lembre que o brega de hoje pode ser o kitsch de amanhã.

 

1 de nov. de 2011

CARTA PRO CLEY


















Oi Cley,
escrevi uma pagina, de saudades pra você.
Ficou triste, mudei de conversa.
Lembra como aprendemos iniciar uma carta? 
“Caríssimo  amigo"
Espero “que esta te encontre gozando de plena saúde.”   Rsrsrs
Não posso iniciar assim, está fora de moda. E você MÓ - RRRRREU. (assim você dizia).
Então começo pelo começo.
Aqui tá tudo bem, sentimos saudades.
E aí, como vão as coisas? Encontrou com o Ciro? Não ta rolando altos papos, né?
Ciro deve ta vendo novela, você copo na mão, curtindo um Rock.
O Valter D'Avila tambem foi pra aí.
Se você encontrar o guerreiro Jose Alencar, dá um beijo nele por mim.
Por falar em cachaça, tenho notícias tristes;
O Lula tá com câncer na laringe. O Gianecchini tá com um câncer raro.
Estão na batalha para vencer a doença. (Espero que tenham mais sorte que você).

Agora tenho um blog, tô no Orkut e no facebook . (não venha me dizer  é merda).
É divertido.
No facebook  a turma fala o que quer, ouve o que não quer.
Tem uma Campanha campeã nas redes sociais:-
 "Lula", vai se tratar no SUS.
Acha que fizeram uma campanha dessas pro Gianecchini, pra Dilma, ou pro Jose Alencar??? 
É o mais puro preconceito, mais que isso, é despeito.
Quantos deles serão Presidente da nossa Republica, (talvez de algum Fã Clube).
Quantos farão historia???? 

Acabou o PAN em Guadalajara, (lembra a copa de 70).
Não foi igual, foi como todos os “PANS”.
Ficamos em 3º no quadro de medalhas
EUA em primeiro 236 medalhas .
CUBA em segundo 136
Nós  em terceiro  141 (depois te mando lista de todos os medalhistas).
Ainda que no PAN  a gente aparece nos primeiros lugares.
Nas Olimpíadas é que a coisa pega. USA + EUROPA + ASIA.
Tamos ferrados, como sempre.

O São Paulo. Tá mal no campeonato
O Emerson Leão é nosso novo técnico (pasme!)

Eu, vou vivendo sem você.
Muita TV, C.S.I, todas aquelas séries policias e investigativas que você odeia.
Tathi e Edinho estão bem. Tathi vem sempre almoçar comigo.
As vezes tem os olhos inchados, sempre choramos pela sua falta.
Amanha é feriado de 2 de novembro
(dia de lembrar todo mundo que MÓ - RRRRRREU)

Vou te lembrar, com amor e saudades. Mas não vou te levar flores.
Beijos a todos por aí,

Ps. Não posso te dizer até breve. Não precisa me responder.
Amor pra toda a vida, e depois também
nice

lembre seu amado (a), pelas coisas alegres e divertidas, 
escreva uma carta, conte as novidades.
E ria das boas lembranças...

25 de out. de 2011

NO MUNDO DA LUA


Tem gente que num sei... Eu sou assim, faço cada coisa!
Ser desligada tem limite.

Gostou da minha roupa nova? Não me pergunte onde comprei.
Se a loja era na Glicério ou na Benjamim, tenho a resposta na ponta da língua.
Aquelas lojinhas numa das travessas entre as Ruas Glicério e a Benjamin.
F deu, me enrosco, não sei explicar.
Sou aquele tipo de pessoa que vai num mesmo lugar 100 mil vezes de carro, lógico vou sempre de carona, pois é... Não consigo ir sozinha nem a pau, só se tiver um mapa muito bem explicado e desenhado, de preferência em cores.

Não me pergunte quanto custa um litro de leite, um quilo de açúcar, arroz feijão.
Num sei mesmo, só sei o quanto gasto por mês no supermercado e açougue. 
Enfim cada um com seus problemas.

Um dia fui ao Banco Itaú para falar com a gerente, a Tathi foi comigo.
Fui dizendo para a atendente:-
Por favor, a gerente Maria. Não havia nenhuma Gerente Maria, naquela agencia.
Eu ainda insisti, como? havia falado com ela por fone...
Antes de terminar a frase olhei a minha volta e percebi que estava no Banco do Brasil, agradeci, larguei a Tathi pra traz e a atendente falando sozinha.
Com que cara eu ia dizer que entrei no banco errado.
A moça me chamou, a Tathi tentou me segurar, (olha mãe a moça ta te chamando).
Puxei a Tathi, saí apressada do Banco do Brasil.
Dei uns vinte passos na calçada á esquerda, finalmente entrei no Bco Itaú.
Eu, rachando o bico com a minha confusão. E a Tathi muiito P da vida.

Trabalhava em São Bernardo, sempre conseguia carona para voltar a Suzano.
Uma loja de veículos, pertinho da Volkswagen, (muito longe da minha casa).
Conhecia uns trocentos motoristas, no vai e vem de carros Suzano / São Bernardo.
Era ótimo, sempre tinha uma carona.
Um dia de muita chuva, estava no ponto do ônibus, chovia de pencas, parou um carro e o motorista perguntou, vamos? Abri a porta e fui... me F di.
Olhei o motorista, nunca na minha vida tinha visto aque homem.
Até que o danado era bem bonitinho.  
Senti medo, vergonha. Não sabia se saia ou se ficava no carro.
Desconforto, suei frio, desculpei-me por te-lo confundido com outra pessoa, culpei a chuva forte e a minha miopia. Falei tanto e tanto me desculpando, me explicando. 
Alívio! O homem me tranqüilizou, dizendo oferecer carona sem nenhuma maldade ou má intenção. Foi gentil e me deixou na rodoviária.
Chegando a minha casa contei a trapalhada do dia, (além de desligada sou linguaruda).
Devia ter guardado segredo, Tathi e Cley me alugaram por um bom tempo.
E  é lógico não perderam a oportunidade, espalharam a estória.
Acho que aquele homem morreu de rir de mim por um tempão...


Ando com a cabeça nas nuvens, não sei dizer quantas vezes já caí na rua.
Até já acostumei. Caio em buraco na calçada, tropeço em rampinha no supermercado, trombo com balança na farmácia. Sempre acabo no chão e de quatro.
A primeira vez não sabia se ria ou chorava.
Depois de tantos micos fui me acostumando.
Tenho um truque infalível, mesmo quando não me machuco.
levanto, faço uma cara de “doeu muito” e saio mancando.
Assim as pessoas ficam com dó e não riem tanto de mim.

Mais um pequeno detalhe da minha rica personalidade.
Se você for apresentado a mim, seu nome for João e eu o chamar de Pedro.
Não tenha falsas esperanças, vou te chamar de Pedro pelo resto da vida.

Tenho uma memória incrível, lembro detalhes que nem eu mesma acredito.
Mais para equilibrar a balança.
Sou desligada até e limite do que é possível ser desligada.

15 de out. de 2011

DONA JULIETA

Desfile de 14 de Outubro 1961 Ferraz de Vasconcelos
Eunice do Nascimento 2º ano primário  assim está escrito no verso da foto.
sou  a 7ª da fila, (o maior laço branco de fita nos cabelos)


         Revirando a memória, para encontrar um professor muito especial.
         Lembro uma professora mais que especial, Dona Julieta Andere.
Eu, aluna repetente, grande preocupação, a quarta série seria mais difícil.
Repetente da terceira série, consegui passar para quarta ...
Raspando, mas passei. 
Conseguiria a franzina Eunice ser aprovada na quarta série ?
Finalmente ir para o Ginásio?
Pobre aluna (ainda era Eunice), mais tarde e até hoje conhecida por Nice.

Pobre de mim, desanimada com os estudos (preguiçosa),
tentava me ligar mais nas aulas,  tinha tantas coisas importantes pra pensar,
estudar... nadica de nada.
Minha mãe acertou com a Dona Julieta aulas de reforço.
E lá fui eu, nem podia arrumar desculpa para não  ir as aulas,
Dona Julieta, morava em frente a loja da minha mãe.
Não tendo saída ou desculpas, fui.
Chegando vi outros três ou quatro colegas, choque!
Eram os piores alunos da classe.
Percebi, eu também era uma das piores alunas da classe.

Dona Julieta, nos recebia em sua linda sala, e usávamos a  mesa de jantar.
Olhávamos encantados aquela sala, era linda ! parecia enorme!
Não sei por quanto tempo fizemos aquela aula de reforço.
Não sei se nossos pais pagavam por elas.
Ser recebido na casa da Professora Julieta,
sentar  à mesa dela com nossos lápis e cadernos, rever a matéria.
Sentir sobre nós aquele olhar carinhoso.
Lembro com nó na garganta, nós os "piores alunos",
éramos muito especiais para ela.
Recebia-nos na varandinha de sua casa, seu porte elegante,
Os olhos que se apertavam em razão do seu sorriso.
Era tida como professora enérgica, e o era.
Aquele tipo de pessoa que só de você olhar sabe,
merece e impõe nosso respeito.
Ao fim da aula tinha sempre algo para nós, um biscoito uma bala.
As aulas de reforço resolveram, conseguimos "passar de ano",
era assim que se falava naquele tempo.
Aprendemos além da matéria escolar.
Que era possível! Sempre é possível.

Passados tantos anos, Dona Julieta foi lembrada hoje, dia do mestre.
Eu a vi a cerca de quatro anos na imobiliária onde trabalho.
Fiz o máximo para não pagar o maior mico.
Eu a abracei e chorei quando ela me reconheceu.
E adorei quando ela disse meu nome: Eunice.
Naquele momento voltei a ser a menina miúda do primário.


Meu carinho especial para meus Mestres
F.Vasconcelos:
Nair Andere (terceira série)
Julieta Andere, (quarta série)
Prof. Dionízio quinta serie preparatoria para o ginásio.
Municipal de Poa):
Dr. Carlos (ciências)
Afonso (matemática)
Maíra (geografia)
Dr. Mana (português)
Vilela (geografia)
Toninho (matemática)
Janete (matemática)
Geraldo (matemática)
Carlos (desenho geométrico)
Elias (português)
Walter (historia)
José (musica)
Míriam (musica)
Joaquim (geografia).
bjs aos professores da família, Cleise, Valter e Kelzinha.

6 de out. de 2011

BRUNA NO ROCK IN RIO

                  
                                      Bruna, pagou ingresso com cartão de credito, pagou onibus em 4 parcelas também no cartão. (com um ano de antecedencia).  Finalmente chegou o grande dia, Bruna pela 1ª vez no ROCK IN RIO, foi de BUSÃO FRETADO, ia de avião, resolveu ir de bus pra se enturmar e ir direto pra cidade do rock.   Chegou lá com 2 horas de atraso. A lista dos passageiros com numeros de documentos errados.
RED HOT CHILI PEPPERS
ela se acabou "foi bom de mais", curtiu, pulou, amou, gritou PQP
                   Segunda-feira tava muito acabada, (o show foi sábado), com muito esforço e reza, foi trabalhar.
Toda galera queria saber como foi;  gente jovem como ela, gente não tão jovem como eu, (no fundo todo mundo pensava, "eu também, queria estar la"). Quem sabe a Bruna um dia me leva rsrsrsrsrsrsrsrrs.
                  Passou uma semana, e de novo, novamente, outra vez, lá se foi a nossa grande heroína:
Rock in Rio (até escuto a vinhetinha da globo rock innnn riôôô).
Domingo o ponto alto era  o Axl Rose, tava tudo perfeito, conseguiu até folga na 2ª feira.Diga-se de passagem e disfarçadamente:
                  A chefe e a patroa dela são expetacularmente gente boa :)  
                 E nois, pobres mortais, segunda feira trabalhando, esperando chegar terça-feira, pra Bruna contar tudinho.  Queríamos saber todos os detalhes. Ela chegou acabadíssima, e foi logo contando tudo.
(estranhamente falante sem aquele mal humor matutino costumeiro)

Vou começar pelo fim, depois volto e tento ordenar:
Chegaria em Suzano de volta  pelas 14,00hs da segunda feira,
chegou as 21,00hs...
1 - O onibus saiu de SAMPA.com uma hora de atraso.
2 - Corrigindo, foi contratado onibus
      na real vieram 2 MICRO ONIBUS E 1 VAN. (não tinha banheiro)
3 - Na estrada o motorista, cochilava ao volante, e a turma só entupindo ele de bala, chocolate, bolacha, pra impedir o veio de pegar no sono.
4 - O pneu furou, os caras deram uma gambiarra, pra continuar .
     (acho que colaram com chiclete).
5 - Chegaram na Barra da Tijuca -  Rio com 3 horas de atraso.
6 - Na verdade não se sabe ao certo se ali era mesmo Barra da Tijuca, pois o motorista, largou a turma, apontou a direção, e mandou a galera andar, andaram mais ou menos 2 km. 
7 - Ponto de encontro na volta, no mesmo lugar, a turma devia ligar pro celular dele (o motorista) quando acabasse, para ele pegar a turma ali naquele descampado, e tome chuva.
8 - Chegaram, cansados,  mas não sabem como, conseguiram um lugar bom, bem pertinho do palco,
( a turma que estava a mais de quatro horas esperando, foi embora).  rsrsrsrsrsrsr
e tome chuva!  
9 - Quando o AXL apareceu no palco, acharam que era a mãe dele ou uma tia, "ele tá gordo, acabado, cheio de botox,  já não canta mais nada". e tome chuva. uma bosta!. e tome coral cantando P. Q. P.
pausa.......... pensam que acabou a Odisseia de "Bruna a heroína" e sua galera? não !  tem mais, muito mais.
10- Voltar p/SAMPA, andar mais 2 kilometros até a van, ensopados até o C.
11- O pneu "consertado", explodiu de vez, foi roda direto no chão mesmo.
12- Mais uma parada de uma hora, para resolver o problema do pneu (o chiclete não tinha dado certo)
13- De volta, a Van tava na marcha lenta, menos mal, já pensou de fosse marcha a ré?
14- Não sei se antes ou depois do pneu estourar, o motorista, se perdeu para achar o caminho de volta
( no RIO pegar uma saída para SAMPA).
15-  A Bru dormiu, e babou, umas 2 horas, acordou em São Miguel Paulista, isso mesmo São Miguel!
 (como?  o destino era Barra funda),  A VAN ESTAVA SEM FREIO.!!!
Não preciso nem contar; a quantidade de pai, mãe, irmã, irmão, tio, tia, sobrinho, cachorro e papagaio.
Todo mundo aflito e descabelado, esperando a galera.
Celular sem bateria, celular sem celular (perderam ou roubaram ).

Todos chegaram bem, Bruna e Bia ( êpa ! dá nome pra dupla sertanojo),
pegaram uma van de linha em São Miguel, até  Calmon Viana,
e de Calmon para Suzano (trem) e de Suzano (mais BUS para o Jd. Belem).

Bru, se usar esse material na ação judicial contra a empresa de transportes, quero 10% :)

Na verdade não se pode ter certeza de que todos chegaram bem.
A Bru comentou que percebeu alguém ligando pro motorista dela, procurando por um passageiro.
Será que alguém ficou lá esquecido na Barra da Tijuca. ?????

Vale registrar, que a Bru curtiu demais
SOAD  e  RED HOT CHILE PEPPERS. valeu!
Foi uma grande aventura. Coisa pra contar pros filhos, pros netos.
Mas dou um conselho pra não enfraquecer  amizade.
Quando estiver com a Bru, não toque nesses dois nomes:
AXL  e  CLAUDIA LEITE  :)

A Bruna não confirmou, mas uma fonte confiável me disse:
ela esta de mochila pronta pra ir ver o Justin Biebber neste fim de semana.


2 de out. de 2011

A FESTA SURPRESA E STEVIE WONDER

       

Num 25 de março de (não lembro o ano), niver do Cley.
A cada niver alguem sempre pergunta: tem festa surpresa?
Não dá pra fazer festa surpresa, sempre comemoramos "os niver".
Naquele dia, eu queria fazer duas surpresas pro Cley,
 1:   Nossa amiga e mana Mara viria.
 2:  O Edão traria alguns colegas do trabalho.
Festa preparada, eu muito anciosa.
Mara chegou, vestia uma roupa, muito usada na Costa do Marfim.
Esta não é a Mara,  é uma ilustração que peguei c/ o Sr. Google.__ 
A chegada da Mara foi uma grande surpresa pro Cley, ela estava na Africa, hoje esta em Sarajevo.   Os colegas chegaram todos juntos. A festa foi ótima; amigos, irmãos, sobrinhos, colegas.
Tinha genta pra ca........ramba.
Tudo que tem em festa de niver, bolo, salgado, bebida, presentes.
A lembrança mais forte que tenho desse dia foi quando tocou I Just Called To say I love you, do nada todo mundo levantou e cantou junto, o Cley imitando o Stevie, balançado a cabeça pra lá e pra cá, marcando o compasso da musica, dedilhando um piano imaginário. (sem querer rimar foi hilário).
Um momento mágico, emocionante, todos cantando e dançando ao som de Stevie Wonder.  Uma espécie de celebração, pois todos ali realmente amavam e admiravam o Cley.
Todos sabiam cantar aquela canção.  
A festa foi ótima........ muitas saudades.

Se onde o Cley esta tivesse telefone (se tiver telefone não sei o número).
eu ia ligar so pra dizer TIAMO.

 ps - a festa não foi surpresa, um colega de nome Santos, (portugues, ora pois pois), apos o trabalho se despediu do Cley   assim   "ATÉ A NOITE NA SUA FESTA" pooooooooode?

30 de set. de 2011

MULHERES QUE PASSARAM PELA MINHA VIDA

Dia da Secretária, Lembrei todas as secretárias do lar, que  passaram pela minha vida.
         
Dona Conceição, mulher magra alta, apesar da idade, era uma mulher linda, parecia aquelas atrizes do cinema mudo. Quando a mãe precisava, ela ficava com a gente, (gente aqui é = eu e minhas duas irmãs). A casa dela era gostosa, com um pequeno quintal onde tinha de tudo; pé de café, horta, balanço pra gente brincar. Tinha também o Seu João, espanhol. Nos ensinou que sopa a gente toma acompanhado de um pãozinho. Era bom ficar naquela casa com aquele casal tão amado, e ser sempre tão bem cuidado.
Dona Ana (falávamos DONANA), mulher grande de traços fortes, pele clarinha sempre rosada, solteira sem filhos, tinha um irmão caçula, Rafael a quem ela amava e cuidava como fosse seu filho. Donana transferia para nós toda sua capacidade de amar. Foi ela quem nos levou, (eu e minhas irmãs), ao circo pela primeira, e muitas outras vezes, cirquinhos mambembe, era o máximo! Adorávamos suas histórias de assombração, morríamos de medo, mas era uma delicia!  

             Vó Joana, mulher miúda, bem negra, usava roupas brancas impecavelmente limpas, fosse verão ou inverno, não dispensava  as meias brancas. Até hoje penso: será que ela parecia mais negra por só usar  roupas brancas. Ou as roupas pareciam mais brancas por ela ser negra. Ela era linda! Apesar do avançado da idade, tinha a pele lisa não se via uma ruga. Os cabelos, não sei que cor eram, um lenço  os cobria sem mostrar um fiozinho que fosse. Quando ela veio pra nossa casa, já éramos grandinhas, e ela bem velhinha, não aguentava muito o tranco do serviço doméstico. Mas como boa mineira cozinhava que era uma coisa. Minha mãe ficava doida, a vó Joana nos mimava demais. Era bom demais.
             Tia Inha, uns tempos nossa Tia, irmã da minha mãe, ficava em casa e “cuidava” da gente, Ela 10 anos mais velha que eu, quando ”cuidava”  de nós era uma mocinha de 16 ou 17 anos.  Era o paraíso; buscava a gente no colégio e comprava um montão de sorvetes, fazia brigadeiro e a gente se acabava. Pudim de leite moça, hummmmmm. Sem contar que era (e ainda é) o carinho em forma de pessoa.
            Dona Maria Gomes, nos ajudava quando já éramos “mocinhas”, nessa época eu trabalhava e estudava, e a Dona Maria muito nos ajudava, principalmente na faxina pesada. Era jovem, mãe de quatro filhos, um sorriso tão bonito, era impossível não admirar, aquela jovem mãe, vivendo com tanta dificuldade, tão trabalhadeira, tão alegre. Depois que eu e o Cley nos casamos, ela ia no nosso AP, a dava a maior força na faxina e ainda fazia um frango no forno com maionese e parmesão ralado, que muitas vezes tentei fazer. Nunca ficou igual.
Muitas mulheres passaram pela minha vida; na casa dos meus pais e depois na minha casa. Tantas especiais, ainda hoje me emociono ao lembrar, ficaram por um tempo, participaram das nossas vidas e depois foram embora....
 Um recado para Sueli (shueli), hoje não falei de voce, quando tiver passado pela minha vida, conto uma historinha..
(A Shueli cuida da minha casa, queria todos os dias, só da pra $ pagar uma vez por semana,)

23 de set. de 2011

ORATORIO



Na minha infância, meus pais eram evangélicos (uma doutrina muito rígida), até para a década de 60. Era proibido, cortar os cabelos, usar maquiagem, ter imagens de santos, beber, fumar, sexo antes do casamento e por aí vai uma lista enorme.                                            Muito me incomodava, ver as mulheres com seus cabelos enormes, (chegavam até a bunda),  pernas cabeludas cobertas por saias enormes, e o pedaço que se via de perna, era coberto  pela penugem amassada pela meia fina de nylon, (uma visão do inferno). Por sorte minha mãe dava um jeitinho, para que o nossos cabelos não passassem da altura dos ombros, também aprendemos usar “Gilette”, muitas  vezes resultava em alguns cortinhos.
Passando da infância para a adolescência, (anos 70), Aí era dureza...  Todas as meninas do colégio usavam saias (azul marinho pregueada) três dedos acima dos joelhos, eu e minhas irmãs (as de sangue e as da igreja) usávamos nossas saias quatro dedos “abaixo dos joelhos”. Tínhamos uma técnica especial, assim que saíamos do alcance dos olhos de nosso pai (pai aqui da terra), enrolávamos duas ou três vezes o coz (cintura) da saia e como num milagre de Deus, as saias encurtavam, a técnica era boa, mas tínhamos que ficar atentas, para  parte da cintura não desenrolar e a saia ficar  torta.  
 Todo esse papo, para falar do assunto religião. Eu detestava ser evangélica, aquela doutrina rígida, conflitava muito com minha alma livre. Lembro que nosso colégio era vizinho da igreja católica da cidade, em dias de provas e exames todos iam a igreja rezar. Eu também ia, não sabia rezar o Pai Nosso nem a ave – Maria, era meio estranho tantas imagens, que para mim pareciam gigantescas. Mas eu me sentia bem, era bem mais católica que evangélica.
 Com o Cley, conheci outra igreja, aos 23 anos me tornei Lutherana, igreja evangélica, (por ser a primeira a se separar da Igreja católica), tinha um grande diferencial das igrejas evangélicas que eu conhecia. E algumas semelhanças com a Católica (que tanto me encantava). 
Nada mais era proibido, podia tomar minha cervejinha, ir ao cinema, ter TV em casa, usar mini saia, dançar. Enfim, tudo que faz bem e nos deixa feliz.    
Nos períodos de grande tristeza, ao enfrentar problemas (momentos pelos quais todos nós passamos, mais dia menos dia). A oração apenas não me bastava, era muito Pai Nosso muita Ave Maria, e ainda faltava algo; acendia  vela,  levava comigo um tercinho.
Me sentia “culpada”, parecia que meu pai o Sr. Joaquim me olhava e censurava, e todos os Lutheranos do mundo também. Conversando com minha cunhada – irmã (ela é catequista, esposa e mãe de Pastor), Ela disse: muitas vezes, principalmente em momentos de grande sofrimento, sentimos que só a nossa Fé não é o bastante, precisamos de algo   paupável, Isso tranqüilizou meu coração Lutherano  (com um pedacinho católico).
A algum tempo tenho em  casa, junto a foto do Cley (lutherano e foi coroinha quando criança)meu  “tercinho”,  tão delicado e discreto com aquele pequenino crucifixo pendurado.
Ontem coloquei um oratório, (sem culpa nenhuma),
é a parte da minha Fé que posso ver.  
Um lugar para todas as manhãs  pedir
a "Deus que me acompanhe, e me cuide"
O oratório da foto foi pintado pela Karen Lee,
uma jovem artesã, que a meu pedido,
o fez como os do norte e nordeste, em cores fortes e vibrantes.