27 de dez. de 2011

FANTASMAS DE NATAL


Natal ótimo, família reunida. Mesa farta, muiiiitos presentes.
Ceia e almoço juntos, muitos abraços, beijos e muita risada.
No Natal fico meio criança, esperando acontecer algo muito especial,
talvez no meu imaginário mais escondido entre as lembranças da infância,
ainda acredite que verei pela janela, Papai Noel rasgando o céu no seu trenó.
E depois acaba a festa, fica um vazio, uma sensação de que falta alguma coisa.

Nesse Natal aconteceu algo muito especial, Edinho e Tathi, presentearam-nos,
com copias em DVD, de nossos Natais Passados, a idéia e o resultado foram incríveis.
Cada um dos primos e tios ganhou um DVD de Natal e Ano Novo (de 1993 até 1997).
(tios e primos do Sul não chorem, aguardem, o correio entregará).
Eram cinco DVDs, eu e os Tios IG e Kel, ganhamos a coleção completa.
Eu por ser a mamãe, tio Ig por ser o dono das fitas cassete, que viraram DVD.
Foi difícil tirar a turma da sala de TV, para o amigo secreto, grudados na TV.
Deixei para ver os meus depois, sabia que ia dar em muito chororô.
Segunda-feira  depois do Natal, acomodada no meu sofá... vi todos.

Todo mundo já viu um filme com enredo igual Os fantasmas de Scrooge,
Alguem é levado por fantasmas aos Natais passados e futuro.
Assim eu me senti, visitei meus Natais passados.
Algo mágico, rever a Tathi e meus queridos sobrinhos ainda crianças.
Ouvir suas vozes em algazarra foi o máximo dos máximos.
Rever minha Vó Zefa, que se foi faz tanto tempo.
Tio Peracio e Tia Araceli, nossos tios postiços tão queridos.
Ciro e Cley , a tão pouco tempo nos deixaram, ficamos meio órfãos.
Ouvi-los, vê-los mais jovens e saudáveis (menos a Vó Zefa, ela nasceu velha)
Amigos que passaram por nossas vidas, de alguns deles, só a lembrança.
Ver em pouco tempo, a vida passar cinco anos, ali na sua frente.
Os filhos e sobrinhos passando da infância pra adolescência.
Ouvir a voz do Cley do Ciro, emoção demais, saudade demais.
Natais de mesa farta, muitos presentes, muito amor.

No Ano Novo mais festa, começa e acaba com muita dança.
Todo mundo dançando Macarena, dança da garrafa, Mamonas.
Tudo que era hit, de boa ou má qualidade, todo mundo dançando.
A Lívia pequenina dançado uma “musica” do Tcham.
Valtinho, Felipe e Gabriel arrasando num tipo de dança de rua
Marcos, Tathi e Kelzinha, com belas coreografias.
Eric e Jô,  não dançavam, mas sempre aprontando alguma.
Eu e o Cley dançando muiiito, o que tocava a gente encarava.
Samba, valsa, bolero, lambada, e o que mais viesse.
Numa das fitas, todo mundo em pares, dançando a polonésia,
Comum nas festas no Rio Grande do Sul, (parecido com a nossa quadrilha)

Polonésia:- dança originária da Polônia, quando pertencia a Alemanha, trazida para
o Sul do Brasil, pelos imigrantes alemães, muito comum na região Sul do brasil.
verbete fornecido pela consultora para assuntos gauchísticos Prof. Cleise Maria dos Santos Fries. rsrsrsr

Tantos risos e brincadeiras; Lipe contrariando a todos, soltando fogos de artifício.
Uns dançando, outros curtindo, batucando, bebendo. (uns lavando louças).
Foram tempos maravilhosos, todos nós morando bem pertinho uns dos outros.
Compartilhando nossas vidas, muitas alegrias. (tristeza a gente esquece) 

No filmes o personagem volta no tempo, pra acertar todo o mal que cometeu.
Eu terminei de ver meus Natais Passados, agradecida pela vida vivida.
Viveria tudo de novo, tudo igual, foram tempos maravilhosos.
Espero que os Futuros Natais, sejam tão bons como os que passaram.
E que viver seja sempre motivo de alegria, a família nossa maior referencia 

quem fô da família, e não foi citado, não fique triste.
É gente demais pra caber aki.
Cabe justinho e certinho no meu coração.  : )
   

20 de dez. de 2011

NATAL DE PORTAS ABERTAS


  Morávamos no pequeno e antigo predio de dois andares,
  na Rua XV de novembro.
  Ali eu e Cley e Tathi,  vivemos por trinta e tantos anos

  Andreas, Roseli e Melanie, 
  ainda moram do mesmo endereço (hoje + a Alexia).
  Roberto, Cléo e filhos (perdemos contato).
  Naquele ano dois apartamentos vagos no prédio.
  (moravam apenas 3 famílias)


Cley e eu, como sempre recebemos toda a família,
para ceia de Natal, café de manha de Natal,
almoço de Natal e lanche da tarde de Natal.
Agora, eu sem o Cley, mantenho a tradição com alegria.
Para receber família e amigos, e celebrar.

Andreas e Rô haviam se mudado para um apartamento maior no segundo andar.
Receberam também toda sua (numeroooooosa) família para o Natal.
Não tínhamos mais crianças, nossos sobrinhos e filhos, eram jovens e adultos.

Nossos “vizinhos”, assim nos chamamos até hoje, tentaram "brecar", as crianças.
Não deu certo, foi um sobe e desce escadas, apertar campainha, abrir e fechar porta.
Cansados do abre e fecha, resolvemos deixar a porta aberta.
Assim fizeram também nossos amigos dos dois aptos. do segundo andar.

As crianças adoraram poder entrar e sair. Encantados com meus enfeites de Natal (muitos), papai Noel, botinhas, guirlanda, bolas de vidro (com neve) etc. e tal  e um pouco mais. Nós, felizes com o corre- corre das crianças.
A muito tempo, não tínhamos crianças na casa.
Natal sem criança, é como “macarrão sem queijo e amor sem beijo”. (essa foi forte)

Não lembro os presentes dados ou recebidos.     
Recordo a alegria, de gente partilhando um dia muito especial, crianças indo e vindo,
beliscando doces e frutas, arrastando alguem para ver a arvore de Natal, encantados com tantos enfeites, na casa da tia Nice. (alguem disse, parece até uma loja).
Cada criança que descia, era ciceroneada por outra, num passeio exploratório pela casa.
Em pouco tempo o movimento nas escadas,  não era só de crianças.
Nós os adultos, perdemos a timidez e nos misturamos, partilhamos as mesas fartas.
Numa alegria quase infantil, muitos abraços apertados e votos de Feliz Natal.
Aquele foi um Natal de portas e corações abertos.
Hoje uma lembrança deliciosamente feliz.

Hoje temos crianças em casa, nossos sobrinhos, Lorena, Breno e Rafaela.
Não há tristeza nem dor que supere, a alegria de ter crianças na nossa casa.

13 de dez. de 2011

NATAL C/ OS AVÓS GERMANO e IDA FORKEL


















Ganhei" meus avós Germano e Ida, quando me casei.
Ele, homem alto de traços fortes; ela miúda e delicada.
Natal na casa dos avós "Forkel", era muito especial.

A enorme árvore de Natal, alcançando o teto.
Enfeites representando algo conseguido naquele ano.
Liquidificador, geladeira, TV, telefone, casa e tantas coisas mais.
Todos em vidro colorido e brilhante, bolas, muitas bolas coloridas,
cordões prateados, algodão desfiado bem fininho imitando a neve,
(como era o Natal na terra natal do Vô Germano).
Pequenas velas presas por uma espécie de pregador,
eram acesas pouco antes da meia noite.
(com muito cuidado, para não incendiar a árvore).

Vô Germano (nascido Hermann), distribuindo balas.
Vó Ida no fogão preparando sua famosa carne de panela.
(A carne ficava pretinha, sem um gostinho que fosse de queimado,
nenhuma de nós; filhas e netas, conseguiu fazer igual)
A mesa farta de um aroma indescritível, um colorido sem igual;
canções de Natal, cantadas por todos nós.
 (os mais jovens cantavam p/ agradar a avó)
a voz fininha e aguda da Vó Ida, alcançando notas altíssimas,causava muitos risos.
O corre - corre das crianças. os presentes escondidos até chegar meia noite.
Se uma criança entrava, no quarto onde se escondia os presentes,
uma varinha comprida, tocada nas pernas,
(era o Papai Noel, tomando conta dos presentes).
Meia noite! as crianças eram levadas para um dos cômodos,
adultos colocavam todos os presentes embaixo da árvore.
 (de onde estavam as crianças ouviam os sinos do Papai Noel).
Meia noite ! todos iam para a sala, uma quantidade enorme de presentes!.
Presentes simples, mas todo mundo ganhava muitos pacotes.

Numa Noite de Natal,
O Cley recebeu um pacote pequenino de forma retangular.
Ao abrir encontrou um maço de cigarros, desbocado como ele só,
 "que porra é essa???" seria uma brincadeira.
Antes de entender o tal pacotinho, nosso primo João-alemão explicou:
A vó Ida queria dar um presente para cada neto (adulto),
pesquisou a marca de cigarro cada um fumava.
Delicadamente presenteou, João, Mano, Cleycir, Ida.
(todos adultos e fumantes), com um maço de cigarros.

Ela não era a favor do tabagismo, muito pelo contrário.
Mas presenteou seus netos com algo que tinha certeza, iriam gostar.
O que de inicio foi estranho, "acabou emocionante".
Cada um agradeceu o presente dizendo
"Que legal vó Ida, não podia ser melhor, é a marca que eu gosto"
Aquele rostinho miúdo e os olhos de um azul claríssimo.
Sorria feliz a cada abraço, orgulhosa pelo agrado feito aos netos.

Pode parecer uma história boba.
Naquela noite de Natal, aqueles jovens se emocionaram
com aquele delicado e inusitado presentinho.

Meu querido Vô Germando Forkel, veio da Alemanha.
Aqui encontrou nossa querida Vó Ida.
Seus descendentes:
Forkel, Santos, Mancine, D`Avila, Ferreira (+ os filhos e os netos).
Minha lembrança de Natais muito especiais.
Agradeço terem passado para o meu DNA (por osmose)
A alegria pela comemoração do Natal.
Acima e alem de algumas tristezas da vida.

7 de dez. de 2011

Presépio do Seu ANTONIO


















Da Janela da minha sala (no trabalho),
Vejo um pequeno arbusto enfeitado.
Não é um pinheirinho, apenas um arbustinho tímido,
adornado com luzes e algumas bolas coloridas.
Vendo a simplicidade da pequena arvore de natal,
recordo a infância em Ferraz, o nosso quintal...
Não tínhamos árvore de Natal, por conta da religião de meu pai.
Presépio, nem pensar.

Lembro o Sr. Antonio Baiano, nosso vizinho.
(minha mãe e minha irmã dizem, era Vicente).
Todos os anos ele montava árvore e o presépio
As crianças da nossa rua, sempre ansiosas,
para ver o presépio e a arvore de natal.
Homem discreto, criava com dificuldade, seus cinco filhos.
Os dois menores, Paulo (o Paúl) e Pedro (o Tico),
Nossos amigos e companheiros nas brincadeiras de rua.

Paul ou Tico avisava quando estava pronto.
Íamos, eu e minhas irmãs Lea e Kel.
A nossa mãe recomendava: voltem logo.
Atravessar a pequena rua, para chegar a casa.
O presépio enorme, tomava quase todo o cômodo.
A pouca iluminação da casa, tornava mais lindas as luzinhas da árvore.
O piso da casa, se bem me lembro, era de terra e tijolos.
A pequena casa tinha um cheiro diferente.
Como se estivéssemos na rua, cheiro de liberdade.

Eu me encantava a cada detalhe, cada figura.
Jesus e Maria, o menino Deus, três reis magos.
Anjos, pastores e aquela bicharada toda.
Um laguinho com fundo de espelho,
a grama de serragem colorida de verde.
Pedrinhas marcando o caminho dos três reis.
Era lindo!
Hoje através da minha memória,
Vejo muitas das peças gastas e lascadas.
Ainda assim o encantamento continua.

De volta a nossa casa, íamos para nosso quintal.
Era hora de enfeitar um arbusto ou galho.
Papel colorido, flores, fitas, papel laminado,
cordão feito de frutinhas silvestre, (valia tudo).
O mais bonito era papel do sonho de valsa.
Era tempo de brincar de arvore de natal!

Passados tantos anos (nem tanto, apenas 50 anos),
Ainda guardo na retina aquele presépio, aquela arvore de natal.
Lembro o Sr. Antonio Baiano nos recebendo timidamente.
seus filhos, Enoque, Sanja, Maria, Paul e Tico, (os baianinhos) 

Nunca mais os vi..
Saudades...
Penso, será que eles lembram de nós?