7 de dez. de 2011

Presépio do Seu ANTONIO


















Da Janela da minha sala (no trabalho),
Vejo um pequeno arbusto enfeitado.
Não é um pinheirinho, apenas um arbustinho tímido,
adornado com luzes e algumas bolas coloridas.
Vendo a simplicidade da pequena arvore de natal,
recordo a infância em Ferraz, o nosso quintal...
Não tínhamos árvore de Natal, por conta da religião de meu pai.
Presépio, nem pensar.

Lembro o Sr. Antonio Baiano, nosso vizinho.
(minha mãe e minha irmã dizem, era Vicente).
Todos os anos ele montava árvore e o presépio
As crianças da nossa rua, sempre ansiosas,
para ver o presépio e a arvore de natal.
Homem discreto, criava com dificuldade, seus cinco filhos.
Os dois menores, Paulo (o Paúl) e Pedro (o Tico),
Nossos amigos e companheiros nas brincadeiras de rua.

Paul ou Tico avisava quando estava pronto.
Íamos, eu e minhas irmãs Lea e Kel.
A nossa mãe recomendava: voltem logo.
Atravessar a pequena rua, para chegar a casa.
O presépio enorme, tomava quase todo o cômodo.
A pouca iluminação da casa, tornava mais lindas as luzinhas da árvore.
O piso da casa, se bem me lembro, era de terra e tijolos.
A pequena casa tinha um cheiro diferente.
Como se estivéssemos na rua, cheiro de liberdade.

Eu me encantava a cada detalhe, cada figura.
Jesus e Maria, o menino Deus, três reis magos.
Anjos, pastores e aquela bicharada toda.
Um laguinho com fundo de espelho,
a grama de serragem colorida de verde.
Pedrinhas marcando o caminho dos três reis.
Era lindo!
Hoje através da minha memória,
Vejo muitas das peças gastas e lascadas.
Ainda assim o encantamento continua.

De volta a nossa casa, íamos para nosso quintal.
Era hora de enfeitar um arbusto ou galho.
Papel colorido, flores, fitas, papel laminado,
cordão feito de frutinhas silvestre, (valia tudo).
O mais bonito era papel do sonho de valsa.
Era tempo de brincar de arvore de natal!

Passados tantos anos (nem tanto, apenas 50 anos),
Ainda guardo na retina aquele presépio, aquela arvore de natal.
Lembro o Sr. Antonio Baiano nos recebendo timidamente.
seus filhos, Enoque, Sanja, Maria, Paul e Tico, (os baianinhos) 

Nunca mais os vi..
Saudades...
Penso, será que eles lembram de nós? 

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