28 de jul. de 2011

O VIOLÃO E O APLIQUE










Em 1970, eu, aos17 anos (não façam as contas até 2011), viver na década de 70 foi um grande privilégio. Fizemos historia; movimentos estudantis, feminismo, nossos contemporâneos eram exilados e operários, décadas depois chegaram à presidência da republica; inicio de carreira de Caetano, Chico, Gal, enfim, anos 70 foram riquíssimos em mudanças, culturais, musicais e políticas.
Lá estava eu aos 17 (lembro a canção de Mercedes Sosa),

Bonita nunca fui, diziam sempre: você é  “simpática, inteligente”, nunca ouvia nem mesmo  um bonitinha. É bom ser simpática, inteligente, engajada politicamente, etc., (pelo menos eu poderia ter um cabelo Bonito). Aos 17 em 70, era nosso sonho  ter os cabelos lisos, isso não mudou muito em 2011.
“Naquele tempo” não existia progressiva, chapinha, relaxamento. Era uma loucura!

(Perdi um tempão tentando achar no Google um tipo de fixador similar ao gel para cabelos, que eu usava, ( pronunciava- se deeptedoo), não achei...)

            O senhor Google me mostrou outros produtos:- GINGERALE, CEREJINHA, SEVEN UP, (refrigerantes), as “pomadas“ MINANCORA, ANTISARDINA, o SHAMPOO HALO, e tantos outros.
Voltando as possibilidades de eu ter cabelos lisos e lindos aos 17anos. Quem viveu nessa época, lembra de como fazíamos “TOUCA”, esticando os cabelos molhados em volta da cabeça, trocar os lados cuidadosamente para ficar bem liso, usar uma meia fina, para os grampos não marcarem os cabelos. O resultado eram cabelos lisos, nada que se compare a uma progressiva, mas o resultado era aceitável....  
Tinha também um produto chamado Welin ou Velin,
Segredo: Aplicação do velim + uma touca bem feita = cabelos lisos.

Dois grandes problemas tiravam o meu sono, meus rebeldes cabelos e a vontade de aprender tocar violão. Quando se tem 17 anos os problemas são enormes.
 Quanto à rebeldia dos meus cabelos minha mãe resolveu com sabedoria, no aniversário ganhei um APLIQUE, de cabelos naturais lisos muito lisos. (deve ter custado uma nota preta).  Um sonho realizado, prender os meus cabelos bem esticadinho, colocar meu APLIQUE, pronto! Cabelos maravilhosamente LISOS, Para completar o visual um grande estoque de lenços e tiaras para esconder a emenda entre o cabelo natural e o aplique, sem contar os meus enormes óculos de aros finos e redondos.
Uma verdadeira espécime dos anos 70.

Síndrome dos cabelos crespos resolvida, (eu preferia ter ganhado o Violão), quem sabe hoje eu seria uma dinossauro do roque, de alma e cabelos rebeldes.

Outro dia não sei como lembramos MEU APLIQUE, minha mãe comentou tristemente, o quanto se arrependia por não  ter me presenteado com um violão naquela época.

“Não aprendi tocar violão, não virei roqueira e os meus cabelos continuam os mesmos”.  

Minha lembrança a Amy Winehouse, que fez do aplique (nada liso) sua marca registrada, e é bem provavel que um dia ganhou um violão ou uma guitarra.



14 de jul. de 2011

MINI TABUA DE PASSAR

MINI TABUA DE PASSAR ROUPA.   
                      Nasci em 1953, como toda menina “da minha época”, fui educada para ser uma boa dona de casa, não fui para escola de prendas domésticas, mas aprendi fazer tricô, crochê, bordado em ponto cruz, aprendi também cozinhar, lavar, passar; e tudo mais que deve saber uma boa Dona de casa.  Por sorte, nos idos dos anos 60, minha mãe, naquela época, já trabalhava fora, nos preparou também para uma vida profissional, (ela mesma me arrumou o meu primeiro emprego), nos ofereceu um bom colégio. Enfim tivemos acesso à boa educação (o que não quer dizer que sou bem educada).
                    Gosto do trabalho (exceto nas segundas - feiras, eu já acordo mal humorada).  Também gosto dos afazeres domésticos; cozinhar, limpar, lavar. Não sou muito organizada, mas gosto de cuidar da minha casa, Deixar a casa cheirosa, arrumadinha, principalmente quando vem visita.(rs). Não reclamo de pilotar um fogão, mesmo que cozinhe só para mim.
                     Falando com toda franqueza eu odeio é passar roupas, fiz de tudo para tornar a tarefa menos chata, já comprei produtos especiais, pensei em comprar uma prancha elétrica de passar roupas, ou aqueles aparelhos a vapor para passar as roupas no cabide.
                    E confesso minha a pilha de roupas para passar é sempre enorme, eu diria até que é gigantesca.
 Agora tenho uma nova aliada, para minimizar todo o sofrimento que é Passar roupas.

MINHA MINI TABUA DE PASSAR

Uma tabua de 0,60 cm de comprimento e 0,25 cm de largura, 
Marceneiro recortou dando forma a tabuinha de passar.
Revesti com manta acrílica e um tecido (gorgorão).
Duas tabuinhas com dobradiças, para fazer os pezinhos.

Ficou lindinha, a minha tabuinha de passar roupas.
Já usei apoiada na mesa de centro na minha salinha de TV, passei um camisão tranquilamente sentada assistindo TV.   Passar uma pecinha de roupa, foi bom e não doeu nada, espero estar curada da minha fobia.  
E liquidar definitivamente a minha pilha de roupas para passar.
E viva a minha mini tabua de passar!. 

6 de jul. de 2011

E A VACA FOI BREJO

                         
           

              Tenho duas sobrinhas - NETAS, dois de meus (tenho oito) como ia dizendo, dois deles são culpados por eu ser tia AVO, kelzinha mãe da Maria Clara e Jô pai da Rafaela.
              Maria Clara mora no Rio Grande do Sul, eu a vi apenas quando veio para Sampa de visita, ficou poucos dias, o que bastou para eu ficar apaixonada nela, agora acompanho a vida dela através de fotos, Orkut e as historias que a vovó Cleise me conta por fone.
              Rafa, também sou apaixonada nela, a vejo pelo menos uma vez por semana. Adoro “ensinar” coisas para ela, os outros tios ensinam coisas meigas, eu ensinei ela me chamar de tia Nice Nóia, agora quando eu chego, ou quando falamos ao fone ela diz OI TIA NITCHE NOIA! Ah! Eu adoro.O mais engraçado quando ela grita meu “NOME” na rua, alguém sempre faz uma cara de quem pergunta, você  usa drogas? Acho hilário.me divirto muito. (o revisor disse que o certo é escrever : divirto-me muito) mais eu ME divirto muito.
             Tem coisas muito engraçadas que não precisamos ensinar,  Assim que o Cley se foi, alguém foi logo ensinando O tio Cley ta no Céu, a maior graça ela responder apontando dedinho do pra cima.” O tio Cley ta no Ceu”.
             Menos de um ano depois perdemos também nosso querido Ciro, a resposta para os dois era a mesma:
 Esta no Céu, virou estrela.   Muito lindinha...
             Até que um dia ao perguntarem onde esta o vovô Ciro, a resposta foi: VOVO CIRO FOI PRO BREJO!, Muita risada de quem ouviu pela primeira vez esta resposta. Muita risada cada vez que ela assim responde, agora não é mais o meigo:  tio Cley foi pro céu, mudou a resposta para Tio Cley foi pro Brejo, e o vovô Ciro também foi pro brejo.
             A Vovó Biza, meio sem graça faz questão de explicar, que a resposta deve  ser por ela estar assistindo o filme de animação A VACA FOI PRO BREJO, Certeza a gente não tem, mais a graça da resposta e a carinha meio que sabendo que ta falando uma coisa engraçada, é muito legal.
Meu amor para Maria Clara, meu amor para Rafa, Meu amor para Cley e Ciro, que com certeza, iam rir muito “Lá no Brejo...