21 de jun. de 2013

OLHA ISSO HENFIL !





Penso no Henfil, 
Millor, Ivam Lessa, Ziraldo.
Na biblioteca da minha memória,
abro o pequeno Pasquim....
estou em 1968, apesar da pouca idade.
Reuniões furtivas nas tardes de domingo.
Jovens estudantes a querer mudar o mundo.
Traziam ao nosso conhecimento as notícias censuradas.
De 1964 passando por 1985 até 2013.
Muito mudou, muito continua igual.

2013 / junho.
Semana de protestos.
Cansados de pagar um preço alto
por transportes indignos e indecentes.
Foram pra rua protestar, coisa bonita de ver.
Meu coração bateu mais forte no peito,

Indignada! com a repressão policial.
Tal como me sentia em 1968.

Primeiro dia a policia desceu o Pau,
como em nós em 1968.
E tome bala de borracha, cacete, gás pimenta .
A mesma covardia. Como em nós em 1968.
Aí a turma caiu matando...
Os “HOME”, se tocaram.
O policiamento ficou mais leve,
focando os baderneiros.
Os protestos continuaram o mais pacificamente possível.

Muitos se aproveitando da situação,
arrastão, carro incendiado, vandalismo...
Os infiltrados, os marginais, os laranjas.
os mesmos de 1968.

Alckmin e Haddad aqui em São Paulo,
seus iguais noutros estados, ávidos
pra passar o chapéu lá no governo federal,
receberam um redondo não.
Deram pra traz, cederam ao manifesto,
as passagens voltaram ao preço anterior.
De mãos dadas, no carão "informaram":-
farão cortes nos investimentos...
Cá entre nós, notei um certo desconforto no Alckmim.
Ele que sempre tem aquela cara de chuchu,
tinha os olhos faiscando, de raiva.

Voltando às ruas...
Foda! ontem um rapaz morreu, tantos outros ficaram feridos.
Um tal de "Zé das couves" jogou o carro pra cima.
E matou um... tristeza, uma vida é um preço muito alto.
Aqui e ali vândalos, saqueadores, deu de tudo.
Nada tirou o brilho da manifestação
coisa de arrepiar... como aconteceu em 68.

Andam dizendo que o gigante adormecido acordou,
Eu antes preocupada com essa geração.
Pensava, eta turminha de alienados.
Ligados em Iphones, Ipads, e toda essa tecnologia.
Pois é me enganei...
Jovens coloriram as ruas de verde amarelo,
eram cordões tentando conter os arruaceiros.
Sem  bandeiras de partidos políticos.
Cantaram palavras de ordem, paz e cidadania.
Nosso hino nacional ecoou nos quatro cantos da nossa terra.
no meu peito "ufanado" o coração disparou.

Minha fé na cidadania do nosso povo renasceu.
Chorei ao ver fotos, chorei ouvindo nosso hino.

Os jovens de cabelos brancos levavam uma faixa:-
"Os jovens de 1968 apoiam os jovens de 2013"
Eu de 1968 estou aqui em 2013.

Esperança,
Que a corrupção não seja mais uma instituição nesse país.
Dinheiro publico administrado com honestidade e competência.
Saúde, educação, transporte dignos, para todos, etc etc etc.
Muitos hospitais, estradas, escolas, centros culturais e esportivos:
estádios de futebol seguros, SEM SUPER FATURAMENTO.

Esperança,
que esses jovens de hoje, não sejam os corruptos de amanha,
como tantos de nós de 1968...





de 1968 para 2013, minha esperança e fé,
que a luta continue, pacificamente...














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