4 de fev. de 2014

CAVEIRINHA MEXICANA






Enfim sou uma pessoa tatuada.
O medo de fazer algo definitivo sempre me assombrou,
Mesmo gostando muito de tatoo, não me encorajava,
ainda que fosse uma tatoo minúscula.

Pensava...  uma rosa, adoro.
Talvez uma florzinha azul, a predileta do Cley.
Ou ainda estrelinhas, patinha de cachorro,
símbolo do infinito, olho grego, pimenta vermelha,
girassóis, golfinhos, uma delicada tribal.
um peixinho (se engordasse muito ia virar baleia)

Ou simplesmente Cley.
Tatuar o nome do meu amado
piada: Cley tatuado no meu corpo,
um namorado só se fosse Cleyton, Cleysivam,
Cleyandersom, Cleynilton, Cleylizardio, Cleyton
 ou Cleydir, assim por Diante...
Desisti de tatuar um nome.
Não que pense em namorado,
nunca se sabe...

Coleciono corujas, não achei boa idéia
Sempre ouviria de alguém “duas corujas”.
Iniciei uma coleção de bonequinhos de super heróis.
Hulck,  O Coisa, Batman ou Wolverine...
Mulher Maravilha, não ia dar certo.

Ultimamente observo as caveiras mexicanas,
De certo modo me conquistaram pela beleza e colorido.
Em casa na parede um enorme adesivo, gosto muito.
Pesquisei com o Sr. Google e dona Wikipédia.
Gostei de saber, é usada também para homenagear
entes queridos que se foram, era minha idéia.

Quando você tem uma dúvida, coisas vão acontecendo,
chamando nossa atenção.

Tempos atrás comprei uma mini escultura,
Uma pra mim outra para Tathi.
um crânio de material imitando bronze,
(na verdade um apontador de lápis).
A minúscula caveirinha tem o maxilar articulado.
Podendo se abrir e fechar a boca da caveira.
Meu Fiho - genro Edinho pra sacanear botou um cigarro na boca da caveira.
Tathi que herdou do pai o humor (as vezes humor negro),
Logo disse “olha o Seu Cleycir”, Edinho que lembrara o sogro e
seu cigarro inseparável rachou de rir,
pois foi a primeira idéia a lhe passar pela cabeça.
Apenas não disse, temendo magoar minha filha.
Daí pra historia correr pela família, rapidinho.
Na mina casa, a pequena caveirinha vez por outra tem um cigarro na boca,
E é carinhosamente chamada de Cley.

Amadurecendo a idéia, decidi pela caveirinha mexicana.
Por ser plasticamente linda.
pelo simbolismo de reverenciar meus mortos.
Principalmente para meu amado Cley.
Que por certo diria “QUE COISA RIDÍCULA”

Quanto ao meu medo por tudo que possa ser definitivo,
Não temo mais, até essa pequena tatuagem não é definitiva,
Posso cobrir com tinta da cor da minha pele,
Também sofrer um acidente e perder o braço.
(olha o humor negro aí gente).
Aos sessenta anos o definitivo hoje é menor...
Que seja definitivo  a minha alegria de viver.
Ficar feliz com pequenas coisas,

Mesmo que seja uma pequena tatoo.

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