1 de mar. de 2012

OPERAÇÃO DE AMIGDALAS.

Na novela, garotinha levada ao centro cirúrgico, me derrubei em lágrimas.
Só uma mãe, só um pai, um tio, uma tia, uma avó, uma madrinha, um padrinho, o papagaio, o periquito, o gato e o cachorro da família. Podem dizer o tamanho da dor ao ver uma pessoa querida sendo levada ao centro cirúrgico.
Tenho muitas histórias de hospital, centro cirúrgico e UTIs.

Hoje conto uma história, com final feliz...
A Tathi tinha sete anos, depois de tantas crises de amigdalite,
Não tinha alternativa. Era cirurgia ou cirurgia.
Eu, muito CDF, achei um jeito de marcar a cirurgia para a quarta feira antes da sexta feira santa. Poderia juntar os dias de folga e só faltaria um dia ao trabalho.
Feito e fato, numa quarta feira da semana santa fomos pro hospital.
Na maleta pijaminhas, chinelos, calcinhas. Tudo novinho, até escovinha de dentes.
Nosso coração apertadinho e um grande nó na garganta.

Cirurgia simples, mas como não pensar em coisas ruins.
E se algo desse errado?
Quando levaram a Tathi para a Cirurgia, todo mundo chorava.
Acho que nossa família foi motivo de piada naquele andar, pensavam:
Como esse povo chora, parece que a garotinha tem doença terminal,
 ou fará uma cirurgia de grande risco, êta povo que chorão!
 Não precisava ser vidente pra saber que eles riam de nós.

Não sei quanto tempo demorou aquela pequena cirurgia.
Até hoje me parece que foram horas e horas intermináveis.
Ficamos na saleta de espera.
Quando digo que ficamos, FICAMOS  COM LETRA MAIÚSCULA.
Eu o Cley, minha mãe Dna. Tereza, minha sogra Dna Erna, irmãos e cunhados: (por ordem de idade) Ciro, Ivario, Cleise, Lea, Ignacio, kel, Valter e Aliciane.
Todo mundo entupindo e sala de espera.
 Cada um chorando de um jeito:-
Aquele que chorava disfarçando, puxando o nariz, tentando não fazer barulho.
Um que chegava a tremer o corpo a cada soluço.
Outro chorava roendo as unhas até a carne.
Quem tinha fobia de hospital, o tempo todo entrando e saindo.
Uns saindo da sala pra eu não ver que chorava, voltava tentando me animar,
com os olhos e nariz inchados de tando que chorou escondido.

Cena engraçada, assim vejo olhando pela janela da minha memória.
Quando a Tathi voltou, meio grogue devido à anestesia,
no cantinho da boca um restinho de sangue.
Foi um alívio geral, e o chororô recomeçou.
Todo mundo chorava de alegria e alívio, ninguém escondeu o choro.
Tudo acabara bem.
Tathi repetindo, com uma voz esganiçada.
 “Mãe olha a minha voz, eu vou ficar falando com essa voz?
E repetia, repetia e repetia. Agora tudo era engraçado.
Acabado, todo mundo foi pra casa. Ficamos eu e Cley.
No dia seguinte também voltamos pra nossa casa.
Enchemos a Tathi de agrados, muito sorvete, gelatina, etc.
Todo mundo que estava no hospital voltou pra visitar com presentes.
E outra vez voltaram para o Domingo de Páscoa, e tome chocolate.

Por falar em domingo, naquela manhã de domingo chegou a nossa revista Veja.
Matéria de capa:-
COMPLICAÇÕES EM CIRURGIAS, DECORRENTES DA ANESTESIA GERAL.
UM HORROR, FOTOS DE CRIANÇAS EM ESTADO VEGETATIVO.
CHOQUE CAUSADO PELA ANESTESIA.
Uma matéria assustadora. Li e chorei, pensar que numa cirurgia tão simples,
o pior poderia te acontecido....

Ainda bem que a matéria da revista só saiu depois da cirurgia...
Senão todo o povo que estava naquela sala de espera, teria chorado muito mais.
Quem sabe alguém teria tido um ataque e tivesse que ser internado.

Lembrei da Tathi menininha, daquele dia em que tive tanto medo.
Foi uma história até engraçada, com um final feliz.
E assim é a maneira que vivo a vida.
Acreditando sempre num final Feliz.
Quando tudo não acaba bem.
A gente recomeça, e volta a acreditar num final feliz.

meu amor pra minha querida Tathi.
e todas as pessoas que pagaram o maior mico, naquela sala de espera...

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