16 de mar. de 2012

A TUTI NÃO MORA MAIS AQUI.



Quero muito um cachorrinho. 
Passo em frente de um Pet Shop todos os dias,
fico doidinha com os cachorrinhos "na vitrine".
Se me falam num pequenino para adoção, meu coração balança.

Olho no relógio, quatro da matina, dormi cedo, acordei as três da madrugada.
Sem sono, penso em muitas coisas...
Minha mente lembrativa pensa em cachorros.

LULU: um vira branco e caramelo pareciam um collie  mal acabado.
Esse menino adotou minha mãe, seguindo-a pra lá e pra cá. 
Um dia minha mãe se encheu de razão, comprou coleira e corrente,
adotou o LULU. Um belo banho no tanque de roupas, comida, remédios.
Lulu ficou conosco por um bom tempo. Um amigo fiel.
Um dia, nós as meninas da casa, o encontramos morto no quintal, muito chororô.
Ouvimos os adultos dizerem que ele foi envenenado...
 (ouvir a palavra envenenado doeu muito).

NIKI: Ganhamos de um grande amigo, o Geraldo.
Niki era um bicho doido, temperamental.
Pequeno vira de pelo curto, e cabeça grande.
Ficava no nosso quintal, o Pai esticou um arame ao longo do terreno da nossa casa,
ali ele corria pra lá e pra cá, assuntando os que passavam na calçada.
Saímos todos para uma grande viagem, passamos uma semana em Lorena,
o bicho doido escapou, com corrente e tudo. Correu atrás do caminhão do lixo,
acidente fatal. Perdemos NIKI o estressado.
Os vizinhos o enterrarem num terreno baldio perto da nossa casa.

NIKI II e PINGO: Minha mãe, arranjou um pequinês, de pelo negro e comprido,
era um bichinho meio enjoado, ficava dentro da casa, não bastasse um,
a mamãe trouxe outro pequinês Pingo, um filhotinho também pequinês,
vivia "pingando" o tempo todo.
Nessa época minha mãe e a mana Kel mudaram de Ferraz para Mogi
(eu e Lea já casadas).
Na casa nova de dois quartos, um mamãe e kel dividiam,
o outro era para Niki e Pingo.
Felizmente a mãe mantinha sempre tudo limpo.
Tinham vida de reis aqueles dois pequenos.
Não lembro até quando eles ficaram na família. (se lembrar, um dia conto)

TUTI - uma maravilhosa São Bernardo
(com letra maiúscula, pois ela era mesmo muito MAIÚSCULA).
Uma beleza de filhote, com pedigree e tudo.
O Cley a ganhou de amigos, ela vinha de uma ninhada de doze.
 Nós morávamos um apartamento bem amplo
(não amplo o suficiente para abrigar num são Bernardo).
Combinamos, ela ficaria conosco enquanto fosse um bebê, 
depois iria para nossos sobrinhos Jonatham e Eric.
Combinar foi fácil, difícil cumprir...

Tudo mudou na nossa casa,
um pequeno banheiro virou o quarto de dormir da Tuti,
toda a noite forrávamos tudo com jornal, a manta da Tathi virou o cobertor da Tuti.
Na nossa despensa biscoitinhos de cachorro e ração.
Tuti trouxe muita alegria para nossa casa.
(muito xixi e coco, muitos cuidados para manter o apto. limpo e cheiroso).
Tentamos ensina-la fazer  num jornal, muito obediente ia direto pro jornal,
nunca acertava a mira, patinhas no jornal bum bum pra fora, e ploft...
corre e corre pra limpar, secar e desinfetar.
Cleycir adorava leva-la ao passeio, todos paravam pra olhar o filhote tão lindo.
Ele voltava do passeio com um baita sorriso na cara,
muitas gatinhas paravam para ver a Tuti.

Tempo passando TUTI CRESCENDO, nosso amor por ela também.
Eu queria desfazer o trato, se mudássemos para uma casa...
O malvado do Cley não concordava, continuamos no apartamento.
Aos dois meses a Tuti estava maravilhosa e ENORME,
já tinha comido uma mesa de centro, alguns sapatos e chinelos.
Subia na mesa de centro da sala,ali ficava esperando a Tathi voltar do colégio.
Alcançava na mesa, e tentava roubar comida do nosso prato.
Era tempo de cumprir o trato, a razão me dizia,
ela não podia morar num apartamento;
meu coração contrariava, (nunca fui muito racional mesmo).
O Cley dizia: amanhã vamos levar a Tuti.  Eu e Tathi, implorávamos, mais um dia...

Naquele dia cheguei do trabalho, a Tuti não veio me esperar.
Cadê a Tuti??? Cley respondeu "a tuti não mora mais aqui",
olhei pra ele achando que era mais uma de suas brincadeiras,
pude ver que ele tinha os olhos inchados e vermelhos de chorar.
Chorei muito, fiquei brava, ele tentou me agradar, esmurrei o peito dele com força,
bati os pés no chão, feito criança,  cena de tragicomédia.
Naquela noite era Niver do Felipe, fomos os trêspara a festa,
com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar...

Íamos sempre visitar a Tuti na nova casa, onde tinha um grande espaço para brincar e correr.
Era uma jovem mocinha quando morreu,
suas irmãs também morreram jovens, uma doença congênita.

Escrevi e chorei lembrando o dia que o Cley disse: A tuti não mora mais aqui.


Amigos fiéis que já se foram:

Niki, Ninom, Benji , Shumacher, harley, francis, Chulin, Julião e Sheik e Pixote.
Todos eles amigos de Ciro, Lea Eric e Jô 
hoje eles tem o Sem Noção e o Peludo

Vincent foi amigo fiel da nossa mana Mara.
(não sei que cachorro a Mara tem hoje)

Tilim infernou a vida de minha mana Cleise
(hoje ela tem o Bilbo, seu filho caçula)

Ted um labrador de pelos claros eram do Valter e Aliciane
 (que eu saiba não tem outro);

Doly (do nada apareceu e do nada fugiu) e Toshio -
Hoje Edinho e Tathi tem a Bebel uma Chip Dog linda.

Continuo pensando, meu coração quer muito um cachorrinho.
Minha razão corta meu barato, não poderia deixar um bichinho trancado num apto.

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